quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sobre o autor desconhecido


Fernando Farias

Nada pior do que dizer uma frase, um poema ou um conto e não lembrar o nome do autor. A gente se sente usurpando a idéia e ou se passando como ladrão da frase dos outros. Eu mesmo já recebi um e-mail com um dos meus textos atuais atribuído a um autor desconhecido.
Passei anos contando a amigos um conto que li na minha infância sobre a trama de três pobres pintores que ficam ricos vendendo quadros de um famoso artista que faleceu drasticamente. Só que o falecido era um deles e estava bem vivo produzindo e vendendo. A história é justamente sobre a fama e o sucesso que só chegam ao artista depois de sua morte. Sempre atribuí essa história ao Guy Maupassant. Acho agora o mesmo conto em uma coletânea e descubro que o verdadeiro autor é o Mark Twain, um escritor que adoro e morro de medo de pronunciar seu nome em público.
Mas tudo que escrevi acima é apenas uma introdução, ou o passar da manteiga, para citar o melhor mini conto que já li. Faz uns cinco anos que li no site de Literatura mineiro, mas esqueci o nome do autor. Estava em um disquete que perdi.
Se conto o conto aqui é na esperança que alguém descubra quem é o autor e que lhe seja atribuída às devidas homenagens. O conto é o seguinte:
“Ele e ela se amavam, até que veio o meteoro”.
Pronto. Esse é o conto. Uma história de amor, com dois personagens, uma tra-gédia da boa ficção cientifica da catástrofe. É muito mais em apenas uma frase.
Adoro esse conto. Melhor do que os contos do Augusto Monterroso e bem me-lhor do que O Mensageiro do Julio Cortázar com trinta paginas.
Um dia eu descubro o nome deste autor mineiro, tão desconhecido para mim.

2 comentários:

Edilva Bandeira disse...

Salve..salve vida longa ao blog reativado, já o adicionei aos meus favoritos...
Beijos

Renata Santana disse...

Toda vez que vc bebe vc recita esse poema na mesa do bar e se diz angustiado em não saber o autor.
Eu recomendo que pare de procurar.
Chega. Não procure mais. Todo grande homem precisa morrer com uma angustia no peito. Essa pode ser a sua.