quinta-feira, 18 de setembro de 2008

DORES DE PLUTÃO

Estou esperando o resultado da minha autópsia.
Quero saber que dor era aquela que doía não sei onde em alguma parte do meu corpo. Pois a alma e coração só doem nas metáforas dos poetas. Quando me espatifei no chão não senti nada, acho que morri de parada cardíaca entre o décimo e o oitavo andar.
Ela saiu de casa, dizendo que ia morrer atropelada. Voltou à noite ainda com sangue no vestido e reclamando do diretor do filme. Teve que repetir o atropelamento dez vezes. Pensei em fazer o mesmo. Mas voar do edifício atrapalha menos o trânsito.
Agora que as dores cessaram, descubro que a dor durante a depressão, não era o medo da invasão dos jacarés alados, mas sim a maior de todas as dores humanas. E meu medo da morte foi tanto que saltei para os braços dela.

Um comentário:

José disse...

Belo....feito para eu ler!